quarta-feira, 25 de junho de 2008

Para Bill Gates, falhas de rivais ajudaram no sucesso da Microsoft

O empresário americano Bill Gates afirmou, em entrevista exclusiva à BBC, que o sucesso da Microsoft não se deve apenas ao que a empresa fez, mas também ao que os competidores deixaram de fazer.
Nesta sexta-feira, dia em que Bill Gates deixa de se dedicar em tempo integral à empresa que criou e dirigiu desde 1975, a BBC leva ao ar na Grã-Bretanha um programa especial com entrevistas do empresário e de outros protagonistas da indústria da informática, desde ex-funcionários até alguns de seus principais rivais.
"A maioria dos nossos concorrentes era muito mal administrada", disse Gates à jornalista Fiona Bruce. "Eles não entenderam como unir pessoas com experiências em negócios e em engenharia. Eles também não sabiam como se deslocar pelo mundo."
As táticas utilizadas pela Microsoft para garantir o domínio da marca em sua área de atuação foram foco de intensos debates. De um lado, os competidores da Microsoft, junto com alguns tribunais e agências reguladoras, argumentam que a companhia se aproveitou de sua posição para dominar o mercado por meio de práticas ilegais.
De outro, Gates e seus colegas insistem que seu único propósito era criar um "grande software" e que os clientes não o comprariam se não gostassem do produto. "Muitos de nossos competidores pensavam apenas em um produto", avalia o empresário. "Eles não pensavam o software em seu sentido amplo. Não pensavam em ferramentas ou eficiência. Como conseqüência, criavam apenas um produto, sem renová-lo para chegar à próxima geração."
Poder de barganhaNa avaliação de um dos ex-funcionários da Microsoft, um dos grandes trunfos de Gates era a habilidade de entender ao mesmo tempo de negócios e da engenharia necessária para criar os softwares.
O fundador da Lotus Corporation, um dos maiores concorrentes da Microsoft e que já chegou a ser maior do que a empresa fundada por Gates, não poupa críticas à maneira como o rival conduziu sua liderança no mercado.
Mitch Kapor argumenta que Gates se aproveitou de sua hegemonia no mercado de sistema operacional, com o Windows, para tornar a vida dos desenvolvedores de softwares independentes mais difícil.
Quando as críticas são levadas ao dono da Microsoft, Gates diz que acha "irônico" ser acusado desta maneira, uma vez que sua empresa tentou usar seus softwares como um "evangelho" ao implorar às outras empresas que "por favor escrevessem softwares para nossa plataforma".
Ele diz ter visitado a Lotus pessoalmente "várias vezes" para pedir à empresa que adaptasse seu modelo de planilha eletrônica 1-2-3 para trabalhar com o Windows.
DinheiroÉ possível que tanto Kapor como Gates estejam certos, mas, de certa foram, a Microsoft teve nas mãos o poder de decidir a sorte de outras empresas de software.
E ainda há um último elemento indiscutível que se soma ao sucesso da fórmula Microsoft: o uso de grandes quantias de dinheiro para se proteger dos caprichos do mercado ou da eventual falência de um produto específico.
Gates contou à BBC que, em seu estágio inicial, a Microsoft precisava ter dinheiro no banco para garantir a segurança das famílias de seus 12 primeiros funcionários, muitos dos quais haviam confiado nele o bastante para se mudar para Albuquerque, no Estado do Novo México, onde a Microsoft abriu seu primeiro escritório.
À medida que a empresa se expandia, diz o fundador da Microsoft, era preciso "grande poder financeiro" para conseguir ter a flexibilidade para fazer novos softwares "ou qualquer outra coisa que desejasse".
Gates diz se orgulhar de poder dizer que a Microsoft "é muito conservadora" e reforça que "ainda hoje, quando se olha o balanço da Microsoft, dá para ver que temos uma boa quantia nas mãos". Certamente, mais de US$ 25 bilhões devem ser o suficiente para alguns dias de tempo ruim.

Fonte:BBC Brasil


Att


Juliana Prado Uchôa
Microsoft Student Partner
Líder do grupo CHANNEL TI

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