terça-feira, 15 de julho de 2008

Bolha 2.0?-Parte I

Nos últimos meses tenho visto uma série de iniciativas um pouco apressadas no setor, que lá na frente poderão provocar uma ressaca parecida com a que boa parte das “pontocom” viveu em 2001-2002.Antes que o mundo e os blogs caiam sobre minha cabeça, vamos lembrar que o que circula nas redes sociais são informações de diversos tipos, e a marca de uma empresa também é informação. Na verdade, esse mecanismo existia antes mesmo da constituição da publicidade comercial, pois as redes sociais (e o debate sobre seu funcionamento) são algo muito anterior a digitalização.O que a Internet fez foi oferecer às redes sociais outro circuito de circulação da informação, com uma velocidade e abrangência que torna obsoletos os mecanismos de controle institucionais-judiciários (tanto do governo quanto das empresas). E que os mecanismos tradicionais da publicidade não conseguem alcançar nem medir. Livres das amarras do tempo (contato sincronizado) e espaço (distância), as comunidades virtuais explodiram em todo o mundo e no Brasil. Segundo o IBOPE//NetRatings, em outras nações o uso deste tipo de site fica ao redor de 2 horas mensais, contra 5 horas em nosso país.
O uso seria tão intenso que em alguns casos específicos (como os das montadoras de automóveis), o IBOPE//NetRatings afirma que os sites de comunidades poderiam oferecer 500 vezes mais impactos que os sites oficiais.
Uma leitura apressada deste dado poderia dar a impressão que os sites das empresas se tornariam praticamente irrelevantes. Não acho que a comunidades ou blogs irão tornar irrelevantes os sites das empresas, ou canais da mídia tradicional, como o rádio, jornais ou, muito menos, a televisão. Na prática, todos esses elementos estão se combinando em um novo ecossistema de comunicação, no qual, por exemplo, filmagens colocadas no YouTube são reproduzidas em jornais na televisão, que por sua vez são colocados de volta no YouTube. Trata-se de um novo circuito informacional. Para o qual ainda não temos instrumentos de navegação precisos.
As medidas tradicionais como audiência e freqüência não dão conta de toda a complexidade deste ambiente. Aqui mesmo no IBOPE Inteligência estamos desenvolvendo outros indicadores, como influência, vitalidade, centralidade e coeficiente de interação. Como em todo momento da história em que se juntam desconhecimento diante do novo, cobiça e medo (das empresas em perderem o monopólio sobre o discurso de suas marcas), muita gente está lançando iniciativas na área sem atentar para sua capacidade de medir o retorno das mesmas, assegurar sua perenidade e, principalmente, sem levar em conta o fato de que os dias de “comando e controle” acabaram.
No mundo das redes sociais digitalizadas uma ação desastrada não vai sumir simplesmente porque a empresa decidiu terminar a “veiculação” de suas ações.
Elas ficarão “para sempre” armazenadas nestes espaços, ou volta e meia serão postas novamente em circulação, independente da vontade da empresa.


Fonte:IDG Now


Att


Juliana Prado Uchôa
Microsoft Student Partner
Líder do grupo CHANNEL TI

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